domingo, 23 de agosto de 2015

INTERFERÊNCIA

Quem veio bater à minha porta? Quem?
Quem me fez abrir a janela e a noite morta?

O caminho estava deserto e o seu silêncio tinha horas.
Vento? Esta noite tem a paz e o sossego da morte.
Só eu e as estrelas sentíamos a solidão fantástica...
Nos ouvidos e na ansiedade guardei o rumor que chamou,
As minhas mãos tiveram a carícia doutras mãos perdidas
E uma companhia invisível acendeu uma luz na minha alma...

Alguém terá pensado em mim, longe?


Alberto de Serpa
(1906-1992)

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