quinta-feira, 6 de agosto de 2015

 BATO À PORTA


Bato à porta da minha solidão,
E ninguém abre!
Na grande noite que me rodeou,
Quem vinha ao meu encontro, desviou
A direcção fraterna da ternura…
Trevas — é o que ficou
Na concha de que fiz a sepultura.


Miguel Torga
(1907-1995)

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