sábado, 17 de outubro de 2015

NA PROA

Este é o tempo de alargar o passo
a sair par o mar, rasgando o vento,
Homens, erguei os ombros
sonoramente, sob o sol que nasce.

Este é o mar, as armas são aquelas
que, estrepitosamente, se desfazem.
Homens, içai. erguei
de encontro à paz os inflamados mastros.

Espanha, coluna da minha alma. Unha
e carne da minha alma. Arranca-me
o teu cálice das mãos.
E amarra-as à tua cinta, minha mãe.

Blas de Otero
(1916-1979)
Trad. de José Bento
In "Antologia da Poesia Espanhola Contemporânea"




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