quinta-feira, 15 de abril de 2010

Maria Eugénia Cunhal


Bastou aquele gesto.

Bastou aquele gesto
Da tua mão tocar tão docemente a minha
Pra nascerem raízes
Que me prendem à terra e me alimentam
Nas horas mais vazias

Bastou aquele olhar
- O teu olhar tão brando, prolongando-se um pouco sobre o meu –
Para iluminar as noites em que a lua se esconde
E a escuridão envolve um mundo sem sentido.

Bastou esse teu jeito de sorrir,
Um sorriso em que vejo despontar a confiança
Na vida não vivida, nas emoções ainda não sentidas,
Nos passos que ressoam noutros passos

Bastaste tu.

Maria Eugénia Cunhal, in Silêncio de Vidro,

2 comentários:

  1. Nunca tinha lido nada de M. Eugénia Cunhal. É lindo!

    ResponderEliminar
  2. Lindo como tudo o que li de Maria Eugénia Cunhal.

    Obrigada!
    Bjh. YR

    ResponderEliminar