quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Angél González


DIA DE ANOS

Noto isto: estou a ficar
menos certo, confuso,
dissolvendo-me no ar
quotidiano, tosco
girão de mim, desfiado
e roto pelos punhos.

Compreendo: vivi
um ano mais, e isso é bem duro.
Mover o coração todos os dias
quase cem vezes por minuto!

Para viver um ano é necessário
muitas vezes morrer muito.

Angél González
(1925-2008)
Tradução de José Bento.

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