A SAQUE E A SANGUE
Na minha cidade a saque e a sangue
um grilo sacana canta e não canta
um grilo couraçado, desesperado
dentro da gaiola, pequena garganta
Conheço estas vozes que cheiram a tabaco
e dizem e dizem a saque e a sangue
a missão do poeta na miséria dos tempos:Construir uma Rosa, suicidar-se estanque
ou viver pesaroso, fumador de navios,
ou vampiro feliz na encruzilhada dos rios
António Barahona da Fonseca
In "Grifo" (1970)
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