No clandestino recanto
No clandestino recanto
em que sentado labuto
os pespontos do meu canto,
neste perdido reduto
em que as mãos amadurecem
a peça que fugirá
das mãos dos que não merecem
para andar ao deus-dará
num universo de espanto
em que o amor vai curtido,
calado, surdo, tingido
de uma cor que é o sentido
da salvação que acalanto
-aqui me caio e levanto.
Pedro Tamen
(O Livro do Sapateiro)
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