sexta-feira, 28 de maio de 2010

Cristovam Pavia


Não Fugir

(Ao Nuno)

Não fugir. Suster o peso da hora
Sem palavras minhas e sem os sonhos,
Fáceis, e sem as outras falsidades.
Numa espécie de morte mais terrível
Ser de mim despojado, ser
abandonado aos pés como um vestido.
Sem pressa atravessar a asfixia.
Não vergar. Suster o peso da hora
Até soltar sua canção intacta.

Cristovam Pavia (1933-1968)
"In Rosa do Mundo 2001 Poemas para o Futuro"

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