quarta-feira, 17 de outubro de 2012

 FADO
 
 
Tem cada povo o seu fado
Já talhado
No livro da natureza.
Um destino reservado,
De riqueza,
De pobreza,
Consoante o chão lavrado.
E nada pode mudar
A fatal condenação.
No solo que lhe calhar,
A humana vegetação
Tem de viver, vegetar,
A cantar
Ou a chorar
Às grades dessa prisão.

Miguel Torga
(1907-1995)
In "Poemas Ibéricos"
(1965)

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