OBSESSÃO
Que forças obscuras detiveram
Os indecisos passos, na aurora
Duma vida sem culpa?
Que vozes ignotas, que segredos
Toldaram o olhar que reflectia
O fulgor da manhã?
Que secreta mão pousou no ombro,
Frágil, da perdida infância
E suspendeu o riso que floria
Nos lábios sem mentira?
Jamais o saberemos. Experientes
Dos humanos caminhos da tristeza,
Nunca mais nossos olhos conheceram
A luz que visionaram algum dia!
Luís Amaro (In «Artes e Letras» - Diário de Notícias, 1-05-1957)
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