![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOnRA876hqTts9jVg5T9UgqHpTEGHXK8rYaF7aVts6yC1ZXxg69QpwKq4Q2YT7fVYnTJayqQox3YtnVK7ZyRKOXfZd_r9XRpLAnld6nmmMDrazfXzWDgNPOA7jAEhn2G0amMGdDZhyphenhyphen9ME/s320/AUT325.jpg)
Ó Sino da Minha Aldeia
Ó sino da minha aldeia,
Dolente na tarde calma,
Cada tua badalada
Soa dentro da minha alma.
E é tão lento o teu soar,
Tão como triste da vida,
Que já a primeira pancada
Tem o som de repetida.
Por mais que me tanjas perto
Quando passo, sempre errante,
És para mim como um sonho,
Soas-me na alma distante.
A cada pancada tua,
Vibrante no céu aberto,
Sinto mais longe o passado,
Sinto a saudade mais perto.
Fernando Pessoa, "Cancioneiro"
Sem comentários:
Enviar um comentário