segunda-feira, 14 de setembro de 2015


SE DESTE OUTONO

Se deste outono uma folha,
apenas uma, se desprendesse
da sua cabeleira ruiva,
sonolenta,
e sobre ela a mão
com o azul do ar escrevesse
um nome, somente um nome,
seria o mais aéreo
de quantos tem a terra,
a terra quente e tão avara
de alegria.

 
Eugénio de Andrade
(1923-2005)

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