O LIMITE
Basta. Não é insistir olhar o longo brilho
de teus olhos. Ali, até ao fim do mundo.
Olhei e consegui. Contemplei, e passava.
A dignidade do homem está na sua morte.
Mas os brilhos temporais dão
cor, verdade. A luz pensada, engana.
Basta. No caudal de luz - teus olhos - pus
minha confiança. Por eles vi, vivera.
Hoje que piso meu fim, beijo estas margens.
Tu, minha limitação, meu sonho. Sejas!
Vicente Aleixandre
(1898-1984)
Tradução: José Bento
r. lino / outro círculo
Há 12 horas
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