domingo, 13 de fevereiro de 2011

Vasco de Lima Couto


CRAVO ABERTO


Cravo aberto, cravo aberto
nas pontes do meu país...
Cravo que disseste: «certo,
aqui começa a raiz...»

Cravo que nasceste pobre
nos jardins do desencanto
e eras, na sombra dos homens,
perfume de muito pranto.

Cravo que abristes as prisões
e as celas - negras!, da fome.
Cravo de Abril e de Maio.
rio de sol no meu nome.

Amarraste a madrugada
às fontes dum dia novo...
Cravo de sangue e de sonho,
MÃO DE SOLDADO E DE POVO!

Vasco de Lima Couto
(1923-1980)
(Entre "os meus papéis" encontrei, com data de Julho de 1974, um recorte de jornal com este poema.)

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