sábado, 23 de outubro de 2010

Eugénio de Andrade


O SILÊNCIO


Quando a ternura
parece já do seu ofício fatigada,

e o sono, a mais incerta barca,
inda demora,

quando azuis irrompem
os teus olhos

e procuram
nos meus navegação segura,

é que eu te falo das palavras
desamparadas e desertas,

pelo silêncio fascinadas.

Eugénio de Andrade

1 comentário:

  1. Lindo poema de silêncio onde as palavras saem fascinadas navegando seguras e ao mesmo tempo desamparadas e desertas.
    Isabel Moreira rego

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