quinta-feira, 1 de maio de 2014

LUZ

A mesurável condição humana,
quanto me exige! Quanto proclama
o seu poder em mim!

Tal submissão nem me redime
nem me liquida.
Não é renúncia sublime
nem carícia retribuída.

Não tenho eira nem beira,
vivo nas dobras da terra
e aceito quanto me dão.

Eis o meu nome: toupeira.
- E o meu olhar se descerra
apenas na escuridão.

Fernanda BOTELHO
(1926-2007)

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