sábado, 5 de outubro de 2013

 EPÍGRAFE.
 
 
  Murmúrio de água na clepsidra gotejante, 
 Lentas gotas de som no relógio da torre, 
Fio de areia na ampulheta vigilante, 
Leve sombra azulando a pedra do quadrante, 
Assim se escoa a hora, assim se vive e morre... 

Homem, que fazes tu? Para quê tanta lida, 
Tão doidas ambições, tanto ódio e tanta ameaça? 
Procuremos somente a Beleza, que a vida 
É um punhado infantil de areia ressequida, 
Um som de água ou de bronze e uma sombra que passa...
 
 
Eugénio de Castro
(1869-1944) 

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