SÚPLICA
Para alguém, foi, do teu olhar a flama,
Como, após noite escura, a luz d'aurora.
Da «selva oscura» entre a sombria trama,
Ouve, mulher, como esse alguém t'implora.
Oh, baixa sobre mim o olhar fulgente!...
Que o teu olhar é bálsamo que inora,
Do céu sobre este seio, em que, latente,
Remorde, há muito, o cancro de um anseio,
De um desejo insensato e sede ardente
De um não sei quê, que em teu olhar eu leio.
Ângelo de Lima
(1872-1921)
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