Só nos meus poemas encontro morada Abrigo diferente não me foi cedido; Ao próprio lar nunca me vi atraído, E a tenda plo vento brutal foi levada.
Só nos meus poemas encontro morada. E, se tal refúgio consigo nos matos, Em estepes, cidades ou sítios ingratos, Miséria nenhuma me afectará nada.
Ainda demora, mas há-de chegar O tempo em que a força me abandonará E em vão doces ditos irá requerer Com que eu construía, e em que o chão irá Guardar-me e eu me inclino pra esse lugar Onde há uma cova no escuro a romper.
J. Slauerhoff (1898-1936) Trad. de Fernando Venâcio In "Rosa do Mundo 2001 Poemas Para o Futuro"
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