COMO SE NUNCA
É algo mais que o dia o que morre esta tarde?
O vento,
- que leva ele,
que aromas arrebata?
Desatadas de súbito as folhas das árvores
cegas vão pelo céu.
Pássaros altos atravessam, adiantam-se
à luz que os guia.
Sombria claridade
será já em outro sítio
- só por um instante -
madrugada.
Com bandeiras de fumo alguém me avisa:
- Olha bem tudo isto;
isto que passa
não voltará jamais
e é como se não tivesse nunca sido
efémera matéria da tua vida.
Ángel González
(1925-2008)
In "Rosa do Mundo 2001 Poemas Para o Futuro"
Tradução: José Bento
Eloy Sánchez Rosillo (Tarde de Junho)
Há 5 horas
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