terça-feira, 27 de setembro de 2011
João Rui de Sousa
FOME
Pudessem minhas mãos falar às tuas
e dizer-lhes: sim, quero-te muito.
Pudesse eu inundar-te de ternura
e no silêncio ter-te, ampla e desnuda.
Que eu não faria versos sobre mim,
nem falaria em rosas, alma, lua.
Pudesse o meu olhar adormecer-te,
colher-te, fresca e firme, a forma viva.
Que coisas não faria nesta vida?
Que coisas não seria?
João Rui de Sousa
In "Circulação"
segunda-feira, 26 de setembro de 2011
Alberto de Lacerda
REGRESSO
Não vim à procura de nada
Nem de saudades que não tenho
Nem de carga do tempo perdido
Nem de conflitos sobrenaturais
Do tempo e do espaço
Amei desde criança
Certas coisas que não choro
Fui a pureza deslumbrada que não volta jamais
O vidro sem ranhura que o sol atravessa
A pureza
Que me deixou feridas imortais
Vim para ver
Para ver de novo
Para contemplar sem perguntas
Não vim à procura de nada
Não me perguntem por nada
Um rio não se interroga
O vento não se arrepende
Alberto de Lacerda
(1928-2007)
domingo, 25 de setembro de 2011
Fernando Lemos
QUANDO MORRE UM AMIGO...
Quando morre um amigo
os telhados descem de nível
para fugirem torres de moscas
e o ar mastigar o nervo da língua
perdem-se as mãos nos bolsos
com vergonha
e o vento arranha o pente dentro dos cabelos moles
os animais engolem ninhos nos museus
e vão romper as estradas de couraças roídas
quando morre um amigo
caem por copos os sobejos da Natureza
os acordeões de barro ficam mesmo roucos
e suspendem-se no quarto com cheiro a farmácia
morre um amigo
e é um fim de espectáculo
rolam as solas de madeira sobre a borracha
vêm os corvos urinar nos crânios dos deuses
estabelece-se uma enorme ventania
desenhando ladrilhos entre ossos
gritam mulheres deitando espelhos ao mar
enquanto as crianças mudam apenas de jardim:
é o ninguém baixar quando rolam as moedas
quando morre um amigo sinto vergonha
as bruxas de custódia em punho
dão horas particulares
e os cais motorizados fortificam-se
quando morre um amigo
ficam as nuvens de fora do alcance do azul
perco a condução
encosto o nariz na vitrina comercial
ocultando com o andaime as feridas
com que a vida me costuma vacinar
olho o céu quando morre um amigo
para criar um abismo entre dois pés
olho as paredes que são sempre quatro
e cabe-me a vida dentro de um copo
sobejos da Natureza
o frio vem tarde nas torneiras distantes
sempre que morre um amigo
sempre que morre um amigo
é um fim de espectáculo
Fernando Lemos
In "Teclado Universal"
António Reis
António Norton
MITO
Quem te fez mulher, sabia
O futuro dos mitos.
Mas quem te amou, apenas possuía
De ti a claridade dos incêndios.
Sei apenas que te chamas,
E, do do teu corpo, apenas que está quente,
E da tua presença em mim
Sei que é tão real como aparente.
O teu perfil é longínquo
Como o dum mar sem areia,
E aquele pequeno barco, ao largo dos teus olhos,
Sei que é real, apenas como ideia.
Submerso no fundo das imagens,
O que te dou, apenas dado,
Se volve em nunca dei.
Teu corpo é o tempo num arco
Sem presente nem passado,
E o vento não leva o barco,
É o barco que o leva ao lado.
De ti é tudo o que eu sei.
António Norton
In "A Outra Face"
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
domingo, 18 de setembro de 2011
Manuel Altolaguirre
BEIJO
Que só estavas por dentro!
Quando surgi em teus lábios,
um rubro túnel de sangue
triste e escuro mergulhava
até ao fim da tua alma.
Quando penetrou meu beijo,
seu calor, sua luz davam
sobressaltos e tremores
à tua carne surpreendida.
Desde esse instante os caminhos
que levam à tua alma
não queres que estejam desertos.
Quantas flechas, peixes, pássaros
quantas carícias e beijos!
Manuel Altolaguirre
(1905-1959)
In "Rosa do Mundo 2001 Poemas Para o Futuro"
Trad. de José Bento.
Miguel de Unamuno
PÔR DO SOL
Sabeis qual é o mais feroz tormento?
É o de um orador tornar-se mudo:
o de a um pintor, p'ra quem a forma é tudo,
tremer a mão, perder seu talento
ante os néscios, e é, nesse momento
que em combate se torma mais rudo,
ficar só, sem lança e sem escudo,
p'ra ao inimigo dar contentamento.
Ver-se envolto entre nuvens do ocaso
em que enfim nosso sol desaparece
é pior que morrer. Terrível passo
sentir que nossa mente desfalece!
Nosso pecado é tão horrendo acaso
que o martírio de Luzebel assim merece?
Miguel de Unamuno
(1864-1936)
In "Antologia da Poesia Espanhola Contemporânea"
Trad. de José Bento.
Vítor Matos e Sá
CORPO DE ESPERANÇA
Neste curto espaço entre nós e a morte
tão mal gastamos nossa longa despedida!
Tu, amor de quem não sei o nome
de onde não sei a sorte,
vais passar além deste poema que era teu
e assim, de morte construída,
teus passos vão enchendo a minha vida.
Outro nome será flor sobre os teus lábios,
e outros dedos tocarão a límpida frescura
dos teus ombros quase d'água
e saberão de cor o horizonte branco do teu corpo...
E assim iremos de olhos futuros,
tu, envelhecendo da minha ausência,
eu, a erguer-te na curva da esperança,
e outra mão desmanchar a tua trança
e hei-de beijar teu rosto onde não eras
e serão só o que há antes das horas mais tristes
e será tarde até saber que não existes.
Neste curto espaço entre nós e a morte,
onde me vais perdendo,
onde te vou buscando,
nosso amor se vai embora alimentando
de despedida;
não porque morra o tempo em teus braços,
mas a vida.
Vítor Matos e Sá
(1927-1975)
In "Horizonte dos Dias"
(1952)
Cristovam Pavia
VISITA
Eu estava esperando esta noite
Eu estava esperando ter a garganta apertada
Sem poder gritar
Eu estava esperando ver montes negros desenhados no céu
Eu estava esperando minhas estrelas
(E minhas mãos como duas foices de lua
Andassem sozinhas brincando com elas)
Hoje houve a solidão da visita
Daquela asa invisível que entra em mim
Quando a terra se desprende da Terra
E as montanhas são altas, mais ainda…
Cristovam Pavia
(1933-1968)
In "Távola Redonda"
(1950)
Nuno Guimarães
PALAVRAS QUE REBENTAM
Palavras que rebentam, aflorando
a pedra, a solidão, deslizam, vagas,
gramaticais, roendo inconformadas
as arestas, o atrito, puras. quando
nos líquidos, no éter, na distância,
diluem-se e morrem acabadas.
não nos corpos, nas rugas, nas arcadas:
combatem, rumorosas, cal e cântico.
é difícil atarem corpo e vida
aos que vivem e morrem subjacentes
subjazendo, talhados para mina.
mas despertadas, bem ou mal medidas,
rebentam em ogiva, funcionais
chamas supostamente adormecidas.
Nuno Guimarães
(1942-1973)
In "Corpo Agrário"
(1970)
Eduardo Guerra Carneiro
ALGUMAS PALAVRAS
Algumas palavras são mais que o som.
Soltam-se delas lâmpadas, por vezes gritos.
Palavras que demoram na boca
com o sabor da manhã de Outubro, o claro gosto
da terra húmida, castanha até doer.
E há noites em que se ouve, além das horas,
um chamar por nós, um apelo
comovido. Podemos afirmar: são irmãos,
são mães, são companheiras. Mas é outra a face
revelada. Todo um ruído quente
quase desanimado. Um ténue vento
queimando-se nos vidros. Posso dizer:
em noites assim alguns morrem, muito antes
de saberem o nome e a voz. De quem
esse clamor? Saber que na antiga casa
as portas se abriram, um ou outro quarto
vai iluminar-se e começa o dia!
Há palavras lança-chamas,
Conheço algumas que nos fazem viver,
por não serem simples som
mas estradas incendiadas por dentro,
duplos corações batendo com o calor
da certeza do dia que se segue.
Assim me apoio às palavras,
procuro a tudo dar um nome,
e em noites destas – salientes, defumadas,
com vozes que nos chamam – sou um corpo
novo. Quebrando o meu silêncio,
povoo alguns espaços de alegria.
Rasgo o papel. Irado, desejoso
de saber até onde, quando, como,
o corpo vai. Nas palavras me encontro.
Cansado, quase morto, à espera,
sempre à espera. Nas palavras vivo,
denuncio ou ataco. Há um grande sol
à nossa espera. Quantos somos?
Eduardo Guerra Carneiro
(1942-2004)
In "Algumas Palavras"
(1969)
sábado, 17 de setembro de 2011
João Rui de Sousa
POEMA CONTÍNUO AO ÓDIO
Que gelado sopro nos agita
do lado de dentro das ruas?
Que rápida vertigem nos domina
nesta agudíssima manhã?
Este vento que nos queima
estas veias mais quentes
Estes longos minutos que sacodem o rosto
Estes ponteiros gigantes que nos marcam os séculos
Estes rios de sal que abrem sulcos nos ossos
Esta raiva que nos corta
estas lâminas nos lábios
Estes vidros de silêncio que nos enchem a boca
Estes deuses que sorriem
estas lágrimas mais puras
Estes grandes traços negros de trânsito impedido
João Rui de Sousa.
Luiza Neto Jorge
NOITE-PÉTALA
Posso estar aqui
eu posso estar aqui perfeitamente pobre
um círio me acendi, espora aguda
o vento ritmo negro assassinou-o
posso estar aqui
— o musgo é lento como a sombra —
e sei de cor a voz cega das canções
(viola de silêncio acorda-me)
que eu posso estar aqui perfeitamente pedra
insone
e um longo segredo pessoal
bordando a minha solidão
Luísa Neto Jorge
(1939-1989)
António Gedeão
POEMA DO HOMEM SÓ
Sós,
irremediavelmente sós,
como um astro perdido que arrefece.
Todos passam por nós
e ninguém nos conhece.
Os que passam e os que ficam.
Todos se desconhecem.
Os astros nada explicam:
arrefecem.
Nesta envolvente solidão compacta,
quer se grite ou não se grite,
nenhum dar-se de dentro se refracta,
nenhum ser nós se transmite.
Quem sente o meu sentimento
sou eu só, e mais ninguém.
Quem sofre o meu sofrimento
sou eu só, e mais ninguém.
Quem estremece este meu estremecimento
sou eu só, e mais ninguém.
Dão-se os lábios, dão-se os braços
dão-se os olhos, dão-se os dedos,
bocetas de mil segredos
dão-se em pasmados compassos;
dão-se as noites, dão-se os dias,
dão-se aflitivas esmolas,
abrem-se e dão-se as corolas
breves das carnes macias;
dão-se os nervos, dá-se a vida,
dá-se o sangue gota a gota,
como uma braçada rota
dá-se tudo e nada fica.
Mas este íntimo secreto
que no silêncio concentro,
este oferecer-se de dentro
num esgotamento completo,
este ser-se sem disfarce,
virgem de mal e de bem,
este dar-se, este entregar-se,
descobrir-se e desflorar-se,
é nosso, de mais ninguém.
António Gedeão
(1906-1997)
In "Obra Completa"
segunda-feira, 12 de setembro de 2011
Fernando Assis Pacheco
HÁ UM VENENO EM MIM...
Há um veneno em mim que me envenena,
um rio que não corre, um arrepio,
há um silêncio aflito quando os ombros
se cobrem de suor pesado e frio.
Há um pavor colado na garganta,
e tiros junto à noite, e o desafio
(algures na escuridão) de alguma coisa
calando o fraco apelo que eu envio.
Há um papa que morre enquanto escrevo
estas linhas de angústia e solidão,
há o fogo da Breda, os olhos gastos.
Há a mulher que espera confiada
um pálido vazio aerograma;
e há meu coração posto de rastos.
Fernando Assis Pacheco
(1937-1995)
In "Antologia da Memória Poética da Guerra Colonial"
Egito Gonçalves
domingo, 11 de setembro de 2011
João Apolinário
CARTA DE LISBOA
Os filhos morrem todos nas plagas africanas
O leite agora azeda no seio das mulheres
E o pão esse apodrece na corola das searas
Enquanto os desertores saltitam pelas fronteiras
Os sindicatos têm só as portas da rua
As lojas vendem apenas as exclusividades
Os pides andam fardados de generais à paisana
e os paisanos marcham sob toques militares
Os letreiros luminosos vendem-se aos SNIS
As multinacionais fazem acordos secretos
E os guerrilheiros aceitam essas cumplicidades
Enquanto as acções sobem nas Bolsas dos fascistas
Todos os mutilados entram para a História
— de gatas
Os estudantes armados conspiram para amanhã
As prostitutas sonham ser como Lisístratas
e os homosexuais querem licenças camarárias
As noivas e as viúvas já tiram as calcinhas
E o fado está mais sádico e mais reaccionário
Os turistas acham lindas as proibições higiénicas
e não cospem nas ruas mas cospem nos criados
Há ordem no País (como sempre) um luto sóbrio
As pessoas sorriem apenas quando choram
E choram (como sempre) com as cartas censuradas
que recebem às vezes (Além) dos filhos mortos
Ninguém esboça sequer um movimento a mais
Até porque se vive assim com muito menos
O que ainda ajuda são as humilhações francesas
e os consolos latinos das alemãs que abortam
Já quase não colhemos faltam já hortaliças
mas estamos plantando cravos pelos quintais
São os Poetas que dizem que as flores são precisas
Será que alguém sabe o que é preciso mais
Vou acabar desculpa Lembras-te do teu vizinho
aquele rapaz que andou com teu filho na escola
Está fugindo para a França (ainda é um menino)
Vai mandar-te esta carta Saudades meu irmão
João Apolinário
(1924-1988)
In "Antologia da Memória Poética da Gurra Colonial"
Luís Cília
CANTO DO DESERTOR
Oh mar… oh mar…
Que beijas a terra,
Vai dizer à minha mãe
Que não vou p`rá guerra.
Diz, oh mar, à minha mãe,
Que matar não me apraz
No fundo quem vai à guerra
É aquele que a não faz.
Vou cantar a Liberdade,
Para a minha Pátria amada,
E para a Mãe negra e triste
Que vive acorrentada.
Mas a voz do nosso povo,
No dia do julgamento,
Te dirá a ti, oh mar.
E dirá de vento a vento,
Quem são os traidores,
Se é quem nos rouba o pão
Ou se nós os desertores
Que à guerra dizemos «Não».
Luís Cília
In "Antologia da Memória Poética da Guerra Colonial"
terça-feira, 6 de setembro de 2011
Gerardo Diego
SUCESSIVA
Deixa-me acariciar-te lentamente,
deixa-me lentamente comprovar-te,
ver que és de verdade, um continuar-te
de ti mesma a ti mesma extensamente.
De tua fonte irradiam mansamente
ondas e ondas, quase sem ondear-te,
rompem suas dez espumas ao beijar-te
de teus pés na praia adolescente.
Assim te quero, fluida e sucessiva,
manancial tu de ti, água furtiva,
música para o tacto preguiçosa.
Para limites pequenos te componho,
aqui e ali, fragmentos, lírio, rosa,
e depois tua unidade, luz de sonho.
Gerardo Diego
(1896-1987)
in "Antologia da Poesia Espanhola Contemporânea"
Trad de José Bento.
José Moreno Villa
FRENTE
Esta é a frente; aqui não há
o menor tom de brincadeira.
Já nada valem literaturas;
esta é a frente dura e seca.
É a bala e o corpo humano:
É a terra e corvo sinistro.
É a cabeça e é a mão.
É o coração contra o ferro.
É subir e descer canhões
por lombas atónitas de medo.
É aguentar facas, capacetes
sem mexer-se da trincheira.
É acompanhar os tanques
monstruosos no seu sondar.
É não beber e não comer,
e não dormir um dia inteiro.
É sair com a fronte erguida
ou sobre a lona do maqueiro.
José Moreno Villa
(1887-1955)
In "Antologia da Poesia Espanhola Contemporânea"
Trad. de José Bento.
José Moreno Villa
CANÇÃO
Cinza e cor de amora
é meu verde olival;
branca a minha casa
e azul o meu mar.
Quando tu chegares,
não me hás-de encontrar;
eu serei um pássaro
do verde olival.
Quando tu chegares,
não me hás-de encontrar;
serei uma chama
rubra do meu lar.
Quando tu chegares,
não me hás-de encontrar;
serei uma estrela
em cima do mar.
José Moreno Villa
(1887-1955)
In "Antologia da Poesia Espanhola Contemporânea"
Trad. de José Bento.
domingo, 4 de setembro de 2011
Cristovam Pavia
SERRA
Andam velhos sobressaltos
Descaindo destas rochas,
E advinha-se uma tontura desgrenhada
Na paisagem rude.
A xara tão sensual
Lembra-me com seu perfume
Passados sonhos sonhados
Por algum solitário pastor.
Tenho o súbito desejo
De ficar aqui parado,
De ficar aqui estupidamente à espera
Que a minh'alma se confunda com a alma da serra,
E que o meu corpo se transforme num sólido bloco de granito.
Cristovam Pavia
(1933-1968)
In "Poesia"
Cristovam Pavia
LITANIA DA RUA DOS FANQUEIROS
Ó porque será este chulé ibérico
Em Espanha é pitoresco mas aqui é pindérico
Ó Rua dos Fanqueiros
Ó Salazar com teu rebanho de sacristas
Pensar que isto já foi terra de sardinha assada e de fadistas
Ó Rua dos Fanqueiros
Ó Lisboa ó Lisboa enjoada e indecente
Ó cidade sifilítica, são carochas ou gente?
Ó Rua dos Fanqueiros
Ó Portugal minha pátria de meia-tigela
- Aqui para nós, passa-se tão bem sem ela!
Cristovam Pavia
(1933-1968)
In "Poesia"
Cristovam Pavia
sábado, 3 de setembro de 2011
Juan Ramón Jiménez
SOLIDÃO
Estás todo em ti, mar, e, todavia,
como sem ti estás, que solitário,
que distante, sempre, de ti mesmo!
Aberto em mil feridas, cada instante,
qual minha fronte,
tuas ondas vão, como os meus pensamentos
e vêm, vão e vêm
beijando-se, afastando-se,
num eterno conhecer-se,
mar, e desconhecer-se.
És tu e não o sabes,
pulsa-te o coração e não o sente...
Que plenitude de solidão, mar solitário!
Juan Ramón Jiménez
(1881-1958)
In "Antologia da Poesia Espanhola Contemporânea"
Trad. de José Bento.
Alfonso Costafreda
COMO UMA CASA
Como uma casa grande e sem ninguém
ficou meu coração cheio de frio.
A alegria e os sonhos, a esperança,
com as primeiras folhas já partiram.
Talvez ainda regresse a primavera,
não chegará seu tempo para o meu.
Alfonso Costafreda
(1926-1974)
In " Antologia da Poesia Espanhola Contemporânea"
Trad. de José Bento.
Alfonso Costafreda
Subscrever:
Mensagens (Atom)