BARCO SEM VOZ
No dia que a âncora enfim seja tempo de erguer,
Do porto um barco partindo, sem meta saber,
Sem voz passa: ao largo trará passageiro afinal?
Não há mão no ar, nem de lenço no adeus um sinal
P'ra quantos ficaram no cais, travessia é ruim,
O húmido olhar, negro céu fita dias sem fim.
Oh, almas penadas! O último barco não é!
Da vida deserta o último luto não é!
No mundo, amante e amado esperam em vão:
Mal sabem que amores partidos não mais voltarão.
De quantos partiram, contente lá está cada um,
Muito ano passou: da viagem não volta nenhum.
Yahyâ Kemal Beyatli
[1884-1958]
In "Rosa do Mundo 2001 Poemas Para o Futuro"
Trad. de Doina Zugravescu
Do porto um barco partindo, sem meta saber,
Sem voz passa: ao largo trará passageiro afinal?
Não há mão no ar, nem de lenço no adeus um sinal
P'ra quantos ficaram no cais, travessia é ruim,
O húmido olhar, negro céu fita dias sem fim.
Oh, almas penadas! O último barco não é!
Da vida deserta o último luto não é!
No mundo, amante e amado esperam em vão:
Mal sabem que amores partidos não mais voltarão.
De quantos partiram, contente lá está cada um,
Muito ano passou: da viagem não volta nenhum.
Yahyâ Kemal Beyatli
[1884-1958]
In "Rosa do Mundo 2001 Poemas Para o Futuro"
Trad. de Doina Zugravescu
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