CRAVO ABERTO
Cravo aberto, cravo aberto
nas pontes do meu país...
Cravo que disseste: «certo,
aqui começa a raiz...»
Cravo que nasceste pobre
nos jardins do desencanto
e eras, na sombra dos homens,
perfume de muito pranto.
Cravo que abristes as prisões
e as celas - negras!, da fome.
Cravo de Abril e de Maio.
rio de sol no meu nome.
Amarraste a madrugada
às fontes dum dia novo...
Cravo de sangue e de sonho,
MÃO DE SOLDADO E DE POVO!
Vasco de Lima Couto
(1923-1980)
(Entre "os meus papéis" encontrei, com data de Julho de 1974, um recorte de jornal com este poema.)
Sem comentários:
Enviar um comentário