HERÓI ANÓNIMO
Concerta a rede da faina,
Como quem tece uma vida,
Ora agreste, ora florida,
Se o mar se encrespa ou se amaina.
Homem da minha Ribeira,
Busca o pão , dia após dia,
Ao Sol quente, à noite fria,
A bordo de uma traineira.
Vida rude! Nunca a deixe.
Sem ele, que é dele, o peixe?
Que é de nós? Miséria e fome.
Vendo-o a lidar, sem cansaço,
Louvo-o nos versos que faço.
... E nem sequer sei seu nome!
António Manuel Couto Viana
(1923-2005)
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