DIA DE ANOS
Noto isto: estou a ficar
menos certo, confuso,
dissolvendo-me no ar
quotidiano, tosco
girão de mim, desfiado
e roto pelos punhos.
Compreendo: vivi
um ano mais, e isso é bem duro.
Mover o coração todos os dias
quase cem vezes por minuto!
Para viver um ano é necessário
muitas vezes morrer muito.
Angél González
(1925-2008)
Tradução de José Bento.
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