![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJAgiBthsoTvBpVqpKL3RhVAJxrV-OwCBRuHGfCzFrEkOrK_wUgJNmdNKgdAvOgaFBGlrnbck9A26W94mI10oy5-O34nW_0NrI9kOEXEzuaaz5r58sYCS9358KYXaf_Jv4HJECXxMPTRi_/s320/images.jpg)
ULISSES
O mito é o nada que é tudo.
O mesmo sol que abre os céus
É um mito brilhante e mudo -
O corpo morto de Deus,
Vivo e desnudo.
Este, que aqui aportou,
Foi por não ser existindo.
Sem existir nos bastou.
Por não ter vindo foi vindo
E nos criou.
Assim a lenda se escorre
A entrar na realidade,
E a fecundá-la decorre.
Em baixo, a vida, metade
De nada, morre.
Fernando Pessoa (1888-19359
in "Mensagem"
Sem comentários:
Enviar um comentário