DE ESTRELAS NADA SEI
De estrelas nada sei
Nem mesmo os nomes
Bizarros
Com que as usam baptizar
Prefiro fitar
A negra que passa
Altiva
De nádegas espetadas
A beleza bamboleante
Feita de carnes rijas, africanas
Fremindo
No balanço das passadas
Ou, melhor ainda
A tímida magrebina
Aviltada
No lenço que a quer suprimida
No escuro dos seus olhos
Arpeja um ódio selvagem
Febril
De lascívia apenas pressentida
De estrelas nada sei
A não ser, talvez, a imensidão
Profunda
Deste olhar
Adolfo Luxúria Canibal
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