sábado, 11 de setembro de 2010

Adolfo Luxúria Canibal


DE ESTRELAS NADA SEI

De estrelas nada sei
Nem mesmo os nomes
Bizarros
Com que as usam baptizar

Prefiro fitar
A negra que passa
Altiva
De nádegas espetadas

A beleza bamboleante
Feita de carnes rijas, africanas
Fremindo
No balanço das passadas


Ou, melhor ainda
A tímida magrebina
Aviltada
No lenço que a quer suprimida



No escuro dos seus olhos
Arpeja um ódio selvagem
Febril
De lascívia apenas pressentida


De estrelas nada sei
A não ser, talvez, a imensidão
Profunda
Deste olhar

Adolfo Luxúria Canibal

Sem comentários:

Enviar um comentário