domingo, 31 de julho de 2011

Sidónio Muralha


CAPOEIRA


Sacudindo sùbitamente o silêncio e o sono, um galo
anunciou alegremente a madrugada.
E bom será declará-lo:
aquilo não foi um canto, foi um grito
vibrando como um dardo. Um grito
lúcido, largo, límpido como a madrugada...

Na impossibilidade de ser julgado o galo
o dono vai responder pelo delito.

Mais nada.

Sidónio Muralha
(1920-1982)
In "Companheira dos Homens"

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