![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEji-W8g9HiPlA7RWSIlgccqIDZN4Ns6eIRrYl59jtOetfUpEo3zTxNmOo4rz4jzR-Hv9YpadvZSQizuQjmaPLpl7vHffTiLs5O7p18CDJ_o_tgT6tSxPz7n8qGl-xFDSpMLhi0AYfORrxgp/s320/images.jpg)
ORDEM DO DIA
Homens novos temperados pela guerra,
das fábricas enormes e cinzentas
- rasgai poemas na terra
com as vossas ferramentas!
Homens das oficinas e dos cais,
dos campos e da faina sobre o mar
- porque não ensinais
os poetas a cantar?
Algemados - não importa por que leis -
seja qual for a vossa raça e a vossa casta,
vinde dizer o que sabeis!
- Por agora é quanto basta.
Vinde das minas, dos fornos, das caldeiras,
vergados da descarga do carvão!
Vinde! Porque chegou enfim o dia
de apressar a tarefa inconcluída!
- E a poesia, esta poesia,
é um facho que vai de mão em mão
pelos caminhos da vida.
Sidónio Muralha
(1920-1982)
In "Companheira dos Homens"
(Tipografia Garcia & Carvalho em 1950)
(Uma capa bonita da autoria de Júlio Pomar)
Sem comentários:
Enviar um comentário