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AS DISSONÂNCIAS
A minha vida é esta esperança acessória,
esta dor que embala e não promete,
é este estar contente como quem parece
descrer doutra ventura e não se cala.
É este não saber eternamente
assentar em cheio minhas seteiras
e estar eternamente calmo (ou estar escondido),
calando sempre as minhas três maneiras
A minha vida é este erguer de bruma
e-sempre que é preciso-recordar alguém,
já morto, à noite, à cabeceira,
até cair de novo, ao sono e ao sol-posto,
no tempo vão, inerme e obstruído
de sonhar de novo e de qualquer maneira.
João Rui de Sousa
In " Antologia da Novíssima Poesia Portuguesa"
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