domingo, 10 de julho de 2011
Gabriel Celaya
AVISO
A cidade é de borracha lisa e negra
mas tem vielas com odor a estábulo,
armazéns de cereais, a madeira molhada,
a selaria, a chicória, a esparto.
Há chilrreios que mordem, ruídos inumanos,
há bruscas buzinadas que desincham
meu absurdo coração hipertrofiado.
Alugo-me por horas; rio e choro com todos;
mas escreveria um poema perfeito
se não fosse indecente fazê-lo nestes tempos.
Gabriel Celaya
(1911-1991)
In "Antologia da Poesia Espanhola Contemporânea"
Trad. de José Bento.
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