domingo, 8 de maio de 2011

Luís Veiga Leitão


PRISIONEIRO

O prisioneiro é como um navio
preso ao cais. Amarras de desterro
com ferrugem de noites a fio
e redes de ferro.
Do casco que um vento negro impele
caiu-lhe a pintura, o próprio nome.
Mas o mar está dentro dele
e não há força que o dome.

Luís Veiga Leitão
(1912-1987)
in "Longo Caminho Breve"

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