POR VEZES, MUITO RARAMENTE.
Quando pouco na vida nos consola
do tempo, esse verdugo indiferente,
por vezes, muito raramente, na monotonia da noite,
entre repetidos sonhos, surge uma imagem
que reflecte o desejo que deixamos aí
e um rosto - a sua remota aparência - reconstrói
um intenso instantâneo da felicidade.
Quando tão misterioso privilégio nos chega,
acordar em seguida é viver o inferno:
não aquele jogo grotesco de chamas e demónios,
mas o demónio da luz de novo,
o fogo do primeiro cigarro.
Juan Luis Panero
(1942-2013)
Trad. de Joaquim Manuel Magalhães.
joan margarit / idade vermelha
Há 13 horas
Mais um desconhecido interessante! Ah esta minha ignorância...
ResponderEliminarObrigada, vou ler mais!
Vale mesmo a pena ler Juan Luis Panero (1942-2013). Já tinha vários poemas dele no meu "Fel de Cão"...Ai estão de novo...Também tenho, em livro, a sua obra poética. Boas leituras....
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