O SALTO
Somos como um cavalo sem memória,
somos como um cavalo
que não se lembra já
da última vala que saltou.
Vimos correndo e correndo
por uma longa pista de séculos e obstáculos.
De quando em quando, a morte...
o salto!
e nimguém sabe quantas
vezes já saltamos
para chegar aqui, nem quantas ainda saltaremos
para chegar a Deus que está sentado
no final da corrida...
à nossa spera.
Choramos e corremos,
caímos e giramos,
vamos de tombo em tumba,
dando pulos e voltas entre cueiros e mortalhas.
León Felipe
(1884-1968)
Trad. de José Bento.
joan margarit / idade vermelha
Há 12 horas
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