Fique o amor onde está; seu movimento
nas equações marítimas se inspire
para que, feito o mar, não se retire
de verdes áreas de seu vão lamento.
Seja o amor como a vaga ao vago intento
de ser colhida em mãos; nela se mire
e, fiel ao seu fulcro, não admire
as enganosas rotações do vento.
Como o centro de tudo, não se afaste
da razão de si mesmo, e se contente
em luzir para o lume que o ensolara.
Seja o amor como o tempo - não se gaste
e, se gasto, renasça, noite clara
que acolhe a treva, e é clara novamente.
Lêdo Ivo
(1924-2012)
de ser colhida em mãos; nela se mire
e, fiel ao seu fulcro, não admire
as enganosas rotações do vento.
Como o centro de tudo, não se afaste
da razão de si mesmo, e se contente
em luzir para o lume que o ensolara.
Seja o amor como o tempo - não se gaste
e, se gasto, renasça, noite clara
que acolhe a treva, e é clara novamente.
Lêdo Ivo
(1924-2012)
Sem comentários:
Enviar um comentário