ENTRONIZAÇÃO
Tenho o braço cansado,
A mão dorida, trôpega...
Mas uma espécie de ânsia sôfrega
Ordena:
Empurrar tudo!
- Não quero, nem passado,
Nem presente,
Nem futuro!-
O braço faz de muro,
A mão abre caminho, coerente...
Quero uma estrada cá dentro...lisa, plana,
Para a tua palavra mágica, profética,
Bela e magnética,
Passear livremente,
E demoradamente!...
Leonor de Almeida
(N. 1915)
In " Caminhos Frios"
(1947)
Mario Quintana (O deixador)
Há 10 horas
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