Dias como mendigos procurando
por uma terra vã espigas de nada:
que rosas de miséria colheremos?
que esmolas de luar no pó da estrada?
Fechando as mãos não colho mais que a imagem
da tua sombra, meu amor de trigo:
a bruma desses rios que em segredo
nascem em mim para morrer comigo.
Rios de luz concreta, proibida,
de que meus versos são a simples névoa;
ah, pudesse eu cantar; a vida levo-a
sem te ver bem a esta luz perdida.
Ó doce prisioneira do crepúsculo,
quando virá teu rosto de harmonia
como o fulgor de um astro debruçar-se
na terra dos meus pés, áspera e fria?
Carlos de Oliveira
(1921-1981)
In "Terra de Harmonia"
da tua sombra, meu amor de trigo:
a bruma desses rios que em segredo
nascem em mim para morrer comigo.
Rios de luz concreta, proibida,
de que meus versos são a simples névoa;
ah, pudesse eu cantar; a vida levo-a
sem te ver bem a esta luz perdida.
Ó doce prisioneira do crepúsculo,
quando virá teu rosto de harmonia
como o fulgor de um astro debruçar-se
na terra dos meus pés, áspera e fria?
Carlos de Oliveira
(1921-1981)
In "Terra de Harmonia"
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