O DESEJO ERA UM PONTO IMÓVEL
Os corpos ficavam do lado solitário do amor
como se um ao outro se negassem sem negar o desejo
e nessa negação um nó mais forte que eles mesmos
os unisse indefinidamente.
Que sabiam os olhos e as mãos,
que sabia a pele, que retinha um corpo
da respiração do outro, quem fazia nascer
aquela lenta luz imóvel
como única forma do desejo?
José Ángel Valente
(1929-2000)
Trad. de José Bento.
Mario Quintana (O deixador)
Há 1 hora
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