VADIAR A HORAS MORTAS
É na noite acolhedora
cheia de aromas dispersos
que me sinto mais abandonado,
mais só.
E a noite recebe-me,
acalenta-me.
Quase me sinto feliz da minha solidão.
Noite,
chave da consolação
e da compreensão de tudo.
Vadiar
a horas mortas
nas ruas solitárias
de iluminação fraca.
Ouvir esquecido
o bater das horas na torre
ao longe.
Tempo que passa e que esqueço.
João José Cochofel
(1919-1982)
In "Instantes"
(1937)
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