RIQUEZA
Por parques e praças,
Ruas e travessas,
Tu, meu olhar, caças
A vida. E tropeças.
Uma gargalhada
Vem dum par contente.
Guarda-a bem guardada,
Mas caminha em frente.
Surgem-te sorrisos
Dum e de outro lado.
Não faças juízos
Rápidos. Cuidado!
Uma face grave
Nada te revela?
Talvez a dor cave,
Só mais tarde, nela.
Num choro, num grito,
Pressentes a dor?
E quedas, aflito.
Seque, por favor!
Segue, bem aberto
Para cada canto!
Olha o desconcerto
Que parece tanto!
Corre, olhar, em roda!
O que me intimida?
A vida?Só toda
Pode amar-se, a vida.
Alberto de Serpa
In "Rua"
(1906-1992)
Eloy Sánchez Rosillo (Tarde de Junho)
Há 13 minutos
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