quarta-feira, 10 de setembro de 2014

A TEU LADO

A teu lado, amor,
não há muros, silêncio, morte.

Por cada espinho de aço cravado
em nossa carne,
há um rio de sangue e primavera.

Por cada bofetada,
um sorriso de criança.

Por cada insulto,
por cada punhalada,

uma seara, uma estrela, uma cidade.

Papiniano CARLOS
(1918-2012)
In "Caminhemos Serenos"
Edições Vértice
(Coimbra 1957)

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