segunda-feira, 20 de julho de 2015

  OS AMIGOS
 
 
Amo devagar os amigos que são tristes com cinco dedos de cada lado.
Os amigos que enlouquecem e estão sentados, fechando os olhos,
com os livros atrás a arder para toda a eternidade.
Não os chamo, e eles voltam-se profundamente
dentro do fogo.
 ─ Temos  um talento doloroso e obscuro.
construímos um lugar de silêncio.
De paixão. 
 
 
Herberto Helder
(1930-2015)

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