DORME, RAPAZ.
A raiva da morte, os corpos torturados,
A revolução,um leque na mão,
Impotência do poderoso, fome do sedento,
Dúvida com mãos de dúvida, pés de dúvida;
A tristeza, agitando seus colares
Para alegrar um pouco tantos velhos;
Tudo unido entre campas como estrelas,
Entre luxúrias como luas;
A morte, a paixão nos cabelos,
Dormitam tão minúsculas como uma árvore,
Dormitam tão pequenas ou tão grandes
Como uma árvore crescida até chegar ao solo.
Hoje contudo também estás cansado."
Luis Cernuda
(1902-1963)
Trad. de José Bento.
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