RUBOR.
Não quero eterna juventude, queria
a velhice curar como se curam
de inverno as árvores, assim como
o cenho enrugado das montanhas
recobra seu verdor na primavera.
Contar por vidas e esquecer os anos,
sofrer as aparências sarmentosas
com coração feliz, pois sua rega
devolverá o colorido e a tepidez
à infância que à flor da pele nos brote.
Rubor, que não verdor, nas ramarias
e numa fé cega no poder de uma alma
com raízes fundíssimas na terra.
Manuel Altolaguirre
(1905-1959)
Trad. de José Bento
elio pecora / a lua surgiu, redonda
Há 9 horas
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