domingo, 26 de fevereiro de 2012
Vitorino Nemésio
CAMPOS DO MONDEGO
Salgueirinhos dos campos do Mondego.
Mais tenros do que os gestos dos meus filhos,
Cá venho ver-vos. Álamos e milhos,
Eis a rima, a noz oca do “sossego”.
Tudo quanto floristes no pilriteiro
No pilrito te dou desta saudade;
MAS OLHA QUE, SE UM HOMEM É VERDADE,
POBRE QUE SEJA, VALE UM RIO INTEIRO.
Sujo das minhas águas arrastadas,
Um momento me espelho dos teus dias
Pelas redondas águas sossegadas,
Como aquelas laranjas de oiro ardente
Que o comboio passando torna frias
Neste meu vago coração corrente.
Vitorino Nemésio
(1901-1978)
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