O corpo começa a consentir,
ceder, abrir fendas
com as chuvas altas,
a mostrar, quase exibir
velhas raízes,rugas, mágoas,
a secura próxima dos galhos;
corpo, sim,ele que foi afável
e crédulo e solar - tão
indiferente agora às matinais
e despenteadas vozes:
distante e tão cercado
de apagadas águas.
Eugénio de Andrade
(1923-2005)
In "Rente ao Dizer"
(1923-2005)
In "Rente ao Dizer"
Gosto tanto deste poema...
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